Dizem que "Amélia que era mulher de verdade!", pois eu digo que "Amélia que era feliz" kkkkkkk. Ela cuidava da casa, dos filhos do marido e pronto, era a mulher perfeita!
Mas não, não estava bom! Veio o feminismo, e daí nós conquistamos a tão sonhada liberdade financeira! Mas tudo tem o seu preço.
Eu fui criada por uma mãe que não trabalhava fora, confesso que na minha mente de criança, não dava valor na época, queria que ela tivesse uma profissão, como a maioria das mães das minhas amigas. Mas hoje vejo a importância da presença da minha mãe na minha criação, pois não tive que ficar em Escolinha, nem com nenhuma outra pessoa.
Estou escrevendo este post, pois sempre estou em conflito entre o meu emprego e a maternidade. Procuro ser o melhor nos dois, principalmente, como mãe, mesmo tendo um transtorno, que como o próprio nome já diz, acaba sendo um transtorno para eu e minha família, apesar de não falar muito disso aqui no blog.
Ontem quando estava fazendo meu filho menor dormir, o que é um ritual para mim. Faço isso quase todas as noites, o cubro, conto uma história e oro para que ele tenha uma boa noite, ele pediu para que eu ficasse com ele até que ele dormisse, pois seu irmão ainda estava fazendo a lição de casa na cozinha.
Nós ficamos conversando um pouco, e ele me pediu que no dia seguinte, no caso hoje, eu não fosse trabalhar sem o acordar.
É que aqui em casa meu marido e meu filho mais velho saem bem cedo, o primeiro porque trabalha em outra cidade, e o segundo porque a van o pega para ir para a Escola, daí o meu filho mais novo acorda e vai para o meu quarto. Como eu só entro no trabalho às 10 horas, eu tenho um tempinho para ficar com ele na cama.
Às vezes eu quero entrar mais cedo para adiantar alguma coisa, daí eu levando de mansinho, vou tomar meu banho, me arrumar, tomar meu café, e ele nem se dá conta que eu saí, é claro que ele fica com uma pessoa de muita confiança, minha secretária do lar.
Voltando a nossa conversa, o Fernando, de seis anos virou para mim, e disse que ontem ele ouviu o barulho do carro saindo da garagem e saiu correndo, mas eu já tinha saído. Aquilo partiu meu coração! Ele me fez prometer que todos os dias antes de trabalhar eu iria acordá-lo para que ele pudesse tomar café comigo e se despedir de mim.
Mas não foi só isso que me comoveu, ele falou também que gostaria que eu pudesse ser uma daquelas pessoas que trabalham pelo computador em casa kkkk. Eu expliquei que isso não é possível no meu trabalho, eu sou funcionária pública, tenho que colocar o dedo num ponto digital todos os dias, daí ele falou que não vê a hora de eu me aposentar, acho que é porque minhas cunhadas e meus irmãos estão se aposentando. Quando eu falei que quando eu me aposentar, ele já estará adulto, seus olhos ficaram tão tristinhos, parecia que alguém tinha quebrado seu brinquedo favorito, isso foi como uma facada no meu coração!
Minha vontade é de pedir exoneração hoje mesmo, mas tenho que agir com a razão e não com a emoção. Ele vai crescer e vai superar isso, pelo menos eu espero!
Será que só eu tenho esse dilema? Eu sei que podem falar: é só pedir as contas do trabalho, mas é mais complexo que isso, mesmo que eu ganhasse pouco, o que não é o caso, acho que não conseguiria ficar sem trabalhar, já estou acostumada há muito tempo.
Então por que fiz o post? Para desabafar! Porque eu sou uma mãe que trabalha fora, ninguém me obriga a isso, mas ao mesmo tempo vivo em constante dilema.
Não é fácil, mas ninguém disse que seria!
Beijos a todos. Fiquem com Deus!